O Mar

Havemos de aprender que tem momentos. O mar. E o que sentimos com eles. A ternura quando nos acaricia os pés. O arrepio quando nele mergulhamos. E aprendemos, até, a morder os lábios quando o vemos afastar. Heveremos de aprender a partilhá-lo e haveremos de aprender que nem sempre sabemos partilhá-lo. Nas alturas do mergulho não o sabemos partilhar. Nem quando nos afaga os pés. Aprendemos, portanto, que aprender a partilha não é tarefa fácil. Mas aprendemos que aprenderemos. A vantagem da idade é que sabemos que ao arrepio se sucede a ternura e à ternura se sucede a distãncia e depois de novo o mergulho, o acariciar dos pés...e de novo a distância...Quando a areia fica molhada. E sabemos que a solução está em morder os lábios. Vantagem? Com a idade aprendemos, para além de a morder os lábios e aproveitar os arrepios, que não vale a pena encontrar vantagens ou desvantagens no inevitável. Ele ganha sempre. Ponto. O ciclo do mar faz parte das coisas inevitáveis das nossas vidas. Mergulhemos nele, portanto. Serenamente. Ou apaixonadamente.
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